O algodão importado está entrando no mercado Brasil com tarifa zero desde o último mês. Começou a valer a determinação da Câmara de Comércio Exterior (Camex) que isenta de taxas 175 mil toneladas do produto que sejam desembaraçadas entre outubro deste ano e maio do ano que vem. A medida foi tomada para resolver o problema da falta de matéria-prima no setor têxtil brasileiro e, de acordo com o diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, o maior fornecedor do algodão de tarifa zero deve ser os Estados Unidos, maiores exportadores mundiais.
O Egito, país árabe da África, também fornece algodão para o Brasil, mas em proporção bem menor que os Estados Unidos, por exemplo. "O Egito é um grande produtor de fibra longa, mais cara, e o Brasil precisa de algodão de fibra média. E o Egito não é um grande exportador de algodão, mas de fios", explica Pimentel, complementando que o grosso da demanda no Brasil não é pelo algodão de fibra longa. No mês de setembro, o Egito forneceu 137 toneladas de algodão para o Brasil, ao valor de US$ 360 mil.
As exportações do Egito, no entanto, também serão beneficiadas pela isenção de imposto de importação. A iniciativa partiu de proposta enviada pela Abit, Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea) e foi aprovada pela Camex em setembro. No final de outubro foi publicada portaria que regulamenta a importação. A princípio, explica Pimentel, foram liberadas 175 mil toneladas, mas há uma reserva técnica de mais 75 mil que também poderá ser usada no período. Antes da isenção, o algodão em pluma entrava no país com imposto de 10%.
Cada importador brasileiro poderá pedir a importação de uma cota de 10 mil toneladas isenta da tarifa. Mas depois que esse volume chegar efetivamente para o empresário, ele poderá então receber outra. O mecanismo foi estabelecido pelo governo, afirma o superintendente da Abit, para que a isenção beneficie desde grandes até pequenas empresas. Além de resolver o problema de abastecimento, a queda da tarifa também ajudará as empresas do setor a diminuírem um pouco seus custos, já que o algodão está com os preços mais altos da história.
As cotações subiram em função de problemas de safras enfrentadas pelos produtores mundiais. Os maiores produtores da commodity são, pela ordem, China, Índia, Estados Unidos, Paquistão e Brasil. A Índia chegou a suspender as exportações para proteger sua indústria. No Brasil, a safra deste ano ficou em 1,07 milhão de toneladas, contra 1,3 milhão de toneladas no ano passado.
Fonte: ANBA
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