Novas rodovias cruzando a América do Sul do Atlântico ao Pacífico consolidarão o papel do Brasil como líder continental, dando-lhe novas opções de exportação para a Ásia.
Essas estradas não alterarão os padrões globais de comércio como fez o Canal do Panamá, mas seu impacto será considerável.
O Peru diz que as rodovias, que no futuro estarão conectadas a cinco de seus portos, ajudarão o país a virar uma rota estratégica no comércio entre dois dos maiores mercados emergentes do mundo: Brasil e China.
A primeira de três rotas transcontinentais que passam pelo Peru está prestes a ser inaugurada e terá 5.438 quilômetros. Outra estrada, ligando o Brasil ao Chile, via Bolívia, foi inaugurada no final de 2010.
Esses projetos são um exemplo concreto dos investimentos "sul-sul," em que mercados tradicionais nos países desenvolvidos são evitados, refletindo uma alteração mais ampla na economia global.
"O Brasil sempre esteve voltado para o Atlântico porque nunca teve uma forma eficiente de chegar ao Pacífico e ter uma ligação com os países asiáticos. (...) Agora há uma alternativa," disse o presidente da agência reguladora de transportes do Peru, a Ositran, Juan Carlos Zevallos.
Zevallos disse que as novas obras irão alterar a paisagem geopolítica, à medida que a China precisar de mais alimentos, minérios e petróleo da América do Sul..
A Ositran supervisiona US$ 5 bilhões em concessões de infraestrutura e grande parte dos gastos são para projetos "interoceânicos."
"O Brasil está obtendo uma presença estratégica no Peru por causa da sua orientação para a Ásia (...), e o Peru se beneficiará com esta oportunidade geopolítica histórica de vincular seu futuro à economia mundial".
A empreiteira brasileira Odebrecht, que participa da construção da rodovia, planeja investir US$ 10 bilhões em infraestrutura no Peru nos próximos cinco anos, em projetos energéticos, hídricos e rodoviários.
(Informações: Agência Reuters / Foto: Divulgação)
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